São Paulo, sexta, 30 de abril de 1999
Regulamento acaba com a divisão das rendas e prejudica times do Estado, que têm mais público fora de casaBrasileiro esvazia caixa de paulistas
Uma das mudanças no regulamento do próximo Campeonato Brasileiro vai deixar o caixa dos clubes paulistas mais vazios.Diferentemente dos últimos anos, a edição de 99, que começa no próximo dia 25 de julho, destinará toda a renda de suas partidas para os mandantes.Se já tivesse sido adotada em 98, por exemplo, a medida traria um prejuízo, segundo levantamento feito pela Folha, de cerca de R$ 1,53 milhão, apenas na fase de classificação, para os oito clubes de São Paulo que disputaram o torneio.Esse valor equivale a cerca de 19% do total arrecado pelos clubes paulistas na fase classificatória do Brasileiro-98 -R$ 7,97 milhões.O motivo para esse previsível prejuízo é a falta de interesse dos torcedores do Estado para comparecer aos jogos.Das oito equipes paulistas que disputaram o Nacional em 98, sete tiveram mais público nos jogos fora de casa, inclusive o Corinthians, campeão da competição.O São Paulo, por exemplo, teve uma audiência média nos jogos fora de casa 118% maior do que nas partidas realizadas no Morumbi (veja quadro ao lado).A Ponte Preta, que voltou à primeira divisão do Brasileiro em 98, foi o único time do Estado com mais público nos jogos caseiros.Esses números negativos dos paulistas aconteceram mesmo em um ano em que o público presente nas partidas disputadas no Estado quase dobrou em relação ao campeonato anterior.Em 97, o público médio dos jogos realizados em São Paulo ficou abaixo dos 7.000 pagantes por partida. Na Bahia, a média ficou em quase 22 mil pessoas.Mesmo com esses números, sete dos oito times paulistas que vão disputar o Brasileiro-99 apoiaram a mudança na divisão das rendas, que foi decidida pelos clubes em uma reunião realizada no Rio de Janeiro no início do mês.A exceção foi o Palmeiras, que queria a manutenção do sistema anterior, que dava 60% para o vencedor de cada jogo, 40% para o perdedor ou dividia o dinheiro em partes iguais em caso de empate."O Palmeiras tem muito prestígio lá fora (nos outros Estados). Aqui em São Paulo a torcida não comparece porque não é atrativo", afirma Sebastião Lapolla, diretor de futebol do clube, que prevê prejuízos com a nova divisão das rendas do Nacional.Já no Corinthians, a mudança na regra da divisão das rendas não assusta a diretoria."O excesso de jogos pode estar afastando os torcedores paulistas. Mas, este ano, com a nossa nova parceria será diferente, já que vamos investir dinheiro no time. A tendência é que o torcedor apareça", diz Alberto Dualib, presidente do Corinthians, animado com o acordo entre o clube e a empresa norte-americana Hicks Muse, que pode investir até R$ 100 milhões na equipe só em 99.
São Paulo, sábado, 1 de maio de 1999
Clube negocia com Bilbao
O Corinthians e a Hicks Muse já abriram negociações para comprar os passes dos jogadores com passe preso ao Bilbao Vizcaya.Os jogadores que o clube e seu parceiro tentam adquirir em definitivo são o zagueiro paraguaio Gamarra, o volante Vampeta e o atacante Edílson.Ontem, os representantes da Hicks Muse e da Muller Sports, além do presidente corintiano, Alberto Dualib, foram ao banco para manifestar interesse em comprar os jogadores.Na próxima semana, a parceria Corinthians/Hicks Muse deverá entregar uma proposta pelos atletas.O Bilbao é o banco que, no ano passado, incorporou o Excel, antigo patrocinador do clube. Como o Excel ajudara a reforçar o time na época da parceria, o Bilbao ficou com o passe dos atletas na mão. Diferentemente do Excel, o banco espanhol não quer negócios no futebol.
São Paulo, sábado, 1 de maio de 1999
Contrato com a Batavo, assinado em janeiro, é considerado insatisfatório pela Hicks, a nova parceira do clube
Corinthians estuda patrocínio múltiplo
O contrato de patrocínio assinado pelo Corinthians em janeiro, com a Batavo, é considerado insatisfatório pela Hicks Muse, a nova parceira do clube.Como a empresa norte-americana deixou claro na apresentação da parceria, a exploração do patrocínio será uma das principais fontes de renda da Corinthians Licenciamento -criada para administrar o departamento de futebol do clube, com 85% das cotas nas mãos da Hicks e 15% nas do Corinthians.Na avaliação da Hicks, o clube, principalmente depois de ter obtido o título de campeão brasileiro em dezembro do ano passado, poderia ter conseguido um patrocínio de maior peso.Com a Batavo, o Corinthians tem um contrato de um ano, que lhe rende R$ 500 mil mensais.Em 1997, quando assinou com o extinto banco Excel, ajudado por quatro economistas de renome, componentes do Grupo de Apoio à Presidência, recebia valores mais significativos.Além de R$ 500 mil mensais, o banco ajudava o clube contratando jogadores e pagando os salários que ultrapassassem R$ 40 mil por mês, teto salarial estipulado na época pelo clube.Hoje, o patrocínio corintiano pouco difere do dos demais clubes brasileiros. O Flamengo, por exemplo, recebe em média R$ 450 mil mensais da Petrobrás.Mas o Corinthians é, dos clubes brasileiros, aquele que mais aparece na TV. No próximo Campeonato Brasileiro, serão televisionadas 13 das 20 partidas do clube com datas já definidas.O São Paulo, por exemplo, terá quatro partidas na TV a menos do que o Corinthians. Mesmo assim, tem um patrocínio melhor: cerca de R$ 525 mil por mês.Para piorar, o contrato com a Batavo não permite a exibição de um segundo patrocinador na camisa do time.No Brasil, apesar de não ser comum a existência de mais de um patrocinador na camisa dos clubes, há exceções: o Goiás, no Brasileiro-98, exibiu em sua camisa três empresas -a Unimed apareceu nas mangas, a Arisco ficou com um espaço na frente, e o BEG (Banco do Estado de Goiás), com a parte de cima das costas.No exterior, a prática é comum. Há clubes que têm diversos patrocinadores na camisa ou que fecham contratos com várias empresas, chamadas de parceiras.É o caso da Inter de Milão, que é associada a 25 empresas, entre patrocinadores, fornecedores e parceiros. Essas companhias vão desde a Pirelli, uma fábrica de pneus, até a Apple (informática).No Corinthians, a idéia da Muller Sports Group, subsidiária da Hicks que ficará à frente do departamento de futebol corintiano, é justamente esta: ligar o nome do clube a várias grandes empresas. Uma das citadas foi a IBM (informática).Em 1999, no entanto, a empresa só romperá o patrocínio com a Batavo se fizer acordo com uma ou mais empresas que compense, inclusive, o pagamento da multa pela rescisão contratual.Procurada pela reportagem da Folha, a Batavo não quis revelar o valor da multa.
São Paulo, domingo, 2 de maio de 1999
Velloso interessa ao clube
Além do suposto interesse por Luiz Felipe Scolari, a direção do Corinthians pretende fazer uma proposta por Velloso, que, como o treinador, defende o Palmeiras.Apesar de a diretoria do rival e o próprio Scolari terem reclamado da postura dos corintianos, que estariam tentando tumultuar o ambiente no Palmeiras na semana do jogo entre os dois pela Libertadores, uma proposta por Velloso deve ser feita nos próximos dias.O goleiro Nei, o titular da posição no Corinthians, tem falhado seguidamente nos jogos da equipe.Com a entrada da Hicks Muse, nova parceira corintiana no departamento de futebol, o time tenta comprar os passes de Edílson, Vampeta e Gamarra. Além dos três e do goleiro, há o interesse por Giovanni, do Barcelona (Espanha) que pretende voltar ao Brasil.Descontente com o time, a Gaviões da Fiel, maior torcida organizada do Corinthians, pretende ter uma reunião hoje com a direção do clube paulista e amanhã com alguns dos principais jogadores do elenco, como Marcelinho e Gamarra, exigindo maior empenho por parte deles.Entre os atletas corintianos, os mais criticados têm sido o goleiro Nei e o atacante Mirandinha, que também atravessa má fase e amarga a reserva na equipe.
São Paulo, domingo, 2 de maio de 1999
Treinador pede demissão, e Oswaldo de Oliveira volta ao comando; Gaviões vai ao clube pressionar jogadores
Queda de Evaristo amplia crise corintiana
A três dias do confronto que é chamado pelos corintianos de "o jogo do século" -contra o Palmeiras, pelas quartas-de-final da Libertadores-, o time perdeu na madrugada de ontem o técnico Evaristo de Macedo que, criticado pela diretoria e hostilizado pela torcida, decidiu pedir demissão.A situação do treinador ficou insustentável após a derrota para o Juventude, por 1 a 0, que eliminou o Corinthians anteontem da Copa do Brasil.No vestiário, o treinador chegou a agredir um torcedor, que entrou no vestiário corintiano para exigir explicações sobre as más atuações da equipe. Após a briga, decidiu pedir demissão. Na madrugada de ontem, ligou para o presidente Alberto Dualib, que concordou imediatamente com seu desligamento.Para a diretoria corintiana, contribuíram para a queda o fato de o treinador ter sido suspenso pela Fifa por não ter pago dívida a um clube do Qatar, o que o impedia de ficar no banco, e ter sido questionado por jogadores e torcedores.Na quinta-feira, a postura de Evaristo, que se mostrou contrário à presença do ator Gerson Brenner, recuperando-se de lesões cerebrais causadas por um tiro, no campo de treinamento do Corinthians, também irritou a torcida.O ator, que é corintiano, esteve no Parque São Jorge a convite do meia-atacante Marcelinho e de alguns integrantes da Gaviões da Fiel, a maior organizada da equipe.Evaristo, no entanto, temia que sua presença desviasse a atenção dos jogadores na véspera de um jogo importante. Ele próprio, porém, não treinou a equipe, preocupado que estava em definir sua situação com a diretoria.Na partida de hoje, às 16h, no Parque São Jorge, contra o Mogi Mirim, Oswaldo de Oliveira assume o comando do time.Quarta-feira, contra o Palmeiras, Oliveira, afastado do cargo de treinador no início do ano, por falta de experiência para dirigir o time na Libertadores, deve ficar no banco.Segundo Oliveira, ele está, "a princípio", efetivado no cargo. Mas depois, quando a Hicks Muse, nova parceira no departamento de futebol do clube, assumir o comando, um novo treinador deve ser escolhido. Levir Culpi, do Cruzeiro, e Carlos Alberto Parreira, do Fluminense, estão cotados.Para conturbar mais o ambiente, membros da Gaviões da Fiel, a maior organizada do Corinthians, estiveram no Parque São Jorge para exigir explicações do goleiro Nei, que ironizou vaias e xingamentos da torcida anteontem.A postura do goleiro também foi criticado por outros jogadores, como o atacante Dinei, que saiu em defesa dos torcedores. "Deveríamos pedir desculpas a eles pelo que fizemos (na sexta). Eles só vaiaram porque jogamos mal."Para completar o quadro, bem na semana do confronto contra o Palmeiras, a comissão técnica do Corinthians percebeu sinais de estresse nos jogadores, o que fez Oliveira poupar os titulares hoje.Apesar da crise, o meia-atacante Marcelinho pedia calma à torcida. "É só ganhar do Palmeiras que tudo vira alegria", declarou.
São Paulo, domingo, 2 de maio de 1999
Antenas ligadas
RODRIGO BUENO
Há muito que o futebol está intimamente ligado com a televisão. Como fenômeno de massa, vem batendo recordes de audiência ao longo dos anos.Essa relação, porém, está mudando nos últimos anos. Os poderosos grupos de comunicação, antes satisfeitos em só exibir os principais eventos do esporte mais popular do planeta, agora partem para o ataque, querendo controlar a modalidade.O exemplo mais óbvio é a iniciativa de Rupert Murdoch, magnata australiano, proprietário do grupo BSkyB, que ofereceu US$ 1,03 bilhão pelo Manchester. Mas Silvio Berlusconi, magnata italiano que possui três redes de televisão, já mostrava o caminho no final dos anos 80 com o Milan-empresa.Murdoch, é verdade, não foi o primeiro a levar o futebol à casa dos bilhões. O consórcio suíço-alemão Sporis-Kirch já havia pago à Fifa, em 96, US$ 1,04 bilhão pelos direitos de transmissão da Copa-2002, e US$ 1,2 bilhão pelos do Mundial-2006.Uma década antes, a UER pagou à Fifa US$ 272 milhões pelos direitos sobre as Copas de 90, 94 e 98, uma fortuna para a época.O futebol brasileiro assiste agora à chegada da Hicks, Muse, Tate & Furst, que tem participação em rede de TV a cabo. E o mundo vê o mesmo filme.Na França, o Bordeaux foi comprado esta semana pela Metropole Television, conhecida como "M6", por US$ 35,5 milhões. O grupo de comunicação francês tem 67% do clube.Na África do Sul, o Kaizer Chiefs foi adquirido pelo grupo Primedia por US$ 6,6 milhões. Ótimo preço para um clube que tem 3,5 milhões de torcedores.Na Inglaterra, após o efeito Murdoch, o Arsenal já havia atraído a Carlton, e o Tottenham captou sinais da Enic.Na Europa, o critério para ser um clube gigante hoje é ter canal de TV próprio. Mesmo quem tem força para não ser engolido por grupos de comunicação acaba se unindo a um deles. São as antenas ligadas no futebol.
São Paulo, domingo, 2 de maio de 1999
Pelé e Traffic visam o São Paulo
A diretoria do São Paulo terá uma reunião em 20 de maio para analisar a proposta de pelo menos três empresas interessadas em formalizar parceria com o clube.Uma das empresas seria indicada pela Pelé Sports & Marketing, empresa de marketing esportivo de Pelé, que também negocia projeto com o Santos.A outra seria indicada pela Traffic, do empresário J. Hawilla, que já fez o papel de intermediário na negociação do Corinthians com a Hicks Muse, empresa norte-americana que adquiriu o controle do departamento de futebol do clube, num contrato de dez anos.A terceira seria a Cragnotti & Partners, dona da Cirio, a patrocinadora do São Paulo.Se a Cragnotti, que é proprietária da Lazio, da Itália, não quiser participar, poderá sugerir uma outra empresa que queira fazer parceria com o clube paulista.Diferentemente do Corinthians, o problema do São Paulo é a cisão entre as várias correntes políticas.A Folha apurou que um dos grupos, o mais próximo de José Augusto de Bastos Neto, presidente do clube, defende a Traffic como intermediária do negócio.Na semana passada, o próprio Bastos Neto ligou para J. Hawilla pedindo que ele apresentasse um possível parceiro ao São Paulo.Até mesmo a Hicks Muse, apesar de já ter fechado com o Corinthians, poderia fazer uma apresentação, pois tem interesse em fechar contrato com outros clubes.Mas outro grupo, liderado pelo ex-presidente Carlos Miguel Aidar, é favorável à presença da empresa de Pelé como intermediária.Além das várias correntes políticas no São Paulo, uma dificuldade adicional que a diretoria tem sentido é a resistência por parte de grande número de conselheiros em ceder o controle do departamento de futebol do clube, como fez o Corinthians.Na reunião do dia 20, participarão, além do presidente Bastos Neto, os presidentes dos Conselhos Deliberativo, Consultivo e Fiscal do clube do Morumbi. Serão convidados também para tomar parte nas discussões alguns conselheiros, entre os quais o ex-presidente José Eduardo Mesquita Pimenta.Feita a triagem entre as empresas que irão se pronunciar no São Paulo, a diretoria deverá escolher uma delas e, quando estiver com o contrato em mãos, levá-lo para a apreciação do Conselho Deliberativo, ainda em data a ser marcada.
São Paulo, domingo, 2 de maio de 1999
Fifa barra planos de sócio corintiano
Em entrevista à Folha, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, disse ser "inaceitável" que uma empresa tenha o controle de duas equipes que disputam um mesmo torneio."Seria um grande perigo. No Congresso de 98, em Paris, uma nova cláusula foi aprovada proibindido esse tipo de controle. É uma situação que obviamente poderia levar à distorção de qualquer competição", afirmou Blatter.A resposta do dirigente foi dada ao ser questionado se a Fifa pretendia impôr regras ao controle de clubes de futebol por empresas.A posição da Fifa -entidade que dirige o futebol mundial- se torna assim um sério empecilho às pretensões da Hicks Muse, empresa que assumiu o controle do Corinthians, de controlar também outros clubes brasileiros.Administradora norte-americana de investimentos privados, a Hicks Muse anunciou na última quarta-feira que assumirá, por dez anos, o controle do departamento de futebol do Corinthians.Em seguida, divulgou planos para adquirir a direção de outros clubes brasileiros. Entre os times que poderiam vir a ser controlados pela Hicks Muse está o São Paulo, rival direto do Corinthians (leia texto abaixo).Na última quinta-feira, o vice-presidente de comunicações da Hicks Muse, Peter Arrichiello, disse que a companhia estava "olhando para outros clubes brasileiros".Esses clubes, provavelmente, estão entre os dez analisados pela Traffic, empresa de marketing esportivo do jornalista J. Hawilla que intermediou o negócio.No relatório que entregou à Hicks Muse, a Traffic traçou o perfil dos maiores clubes brasileiros, para que a empresa fizesse suas opções -e o Corinthians foi apenas a primeira delas.Mas, anteontem, ao ser questionado sobre que atitude a empresa tomaria considerando as restrições da Fifa, Arrichiello afirmou: "Essa é uma questão a que eu realmente não posso responder."Não é a primeira vez que o futebol brasileiro se vê diante de um dilema ético em relação aos clubes e seus parceiros.No Campeonato Brasileiro de 1995, por exemplo, Palmeiras e Juventude se enfrentaram no final da primeira fase.Ambas as equipes tinham, já naquela época, co-gestão com a Parmalat -uma relação bem menos umbilical do que a existente entre o Corinthians e seu parceiro.Naquele jogo, o Palmeiras buscava uma vaga na segunda fase. O Juventude tentava se safar do rebaixamento à Série B. Não foram poucas as suspeitas levantadas em relação a possíveis armações.A partida, de qualquer forma, acabou empatada em 1 a 1, o que prejudicou o Palmeiras e complicou o Juventude.O domínio de mais de um clube no mesmo país, de qualquer forma, não é a única preocupação de Blatter em relação á entrada de empresas no futebol."Os investimentos são positivos apenas se certos setores de um clube, como seu marketing, puderem se fortalecer e ser colocados em uma base mais sólida. Entretanto, as operações esportivas precisam continuar independentes da influência externa", disse Blatter (leia abaixo a opinião do dirigente sobre outros assuntos).A Hicks Muse, como frisou um de seus sócios, Cesar Baez, não entende nada de futebol -é uma administradora de recursos que vê no futebol brasileiro uma oportunidade de obter um lucro de até 30% do capital investido.Quem a representará na Corinthians Licenciamento Ltda (empresa criada para gerenciar o departamento de futebol corintiano) será a Muller Sports.Será a Muller, na prática, que tomará decisões sobre contratação de jogadores, renovação de contratos e participação em torneios -mas os primeiros dirigentes do futebol corintiano serão indicado pela Traffic, única parte do elo que conhece o mercado brasileiro.